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A MENSAGEM  e o simbolismo esotérico

 

A Mensagem não é, no fundo, mais do que uma manifestação elaborada de um simbolismo esotérico. Desde logo, a sua arquitectura interna obedece a uma estrutura esotérica. Com efeito, o livro divide-se em três partes (Brasão, Mar Português e O Encoberto, cada uma delas carregada de grande simbolismo) e esse esqueleto ternário corresponde sem dúvida, para Fernando Pessoa, a uma intencionalidade oculta. Com efeito, o numero três é reconhecido como central pelo esoterismo e ele aparece em várias subdivisões da Mensagem (a terceira parte, por exemplo, subdivide-se em três: OS SÍMBOLOS, OS AVISOS e OS TEMPOS - a última das quais, a mais explicitamente profética, é introduzida por um poema - "NOITE" - dividido ele mesmo em três, onde o poeta alude a três navegantes misteriosos, de que o terceiro, não identificado, aguarda a ordem de partir...). Da mesma forma, no que respeita aos números 5, 7 e 12, que dominam as restantes subdivisões do texto.

 

(Nota: o número 3, símbolo da perfeição, corresponde ao número das pessoas da Santíssima Trindade. Por outro lado, a 3a parte da Mensagem anuncia o aparecimento do Quinto Império, o império do Espírito (Santo? como preconizavam certas ordens de cariz ocultista).

 

Vários símbolos esotéricos se manifestam ainda com toda a evidência na Mensagem. Assim, Portugal é simbolizado, num poema dedicado a D. João I, pelo “Templo”, de que esse rei seria o "mestre", o que se liga à tradição iniciática dos Templários, ordem religiosa "em dormência", da qual Pessoa se insinua próximo. Também o simbolismo rosacruciano aparece explicitamente num outro poema ("Que symbolo fecundo/ Vem na aurora ansiosa? / Na Cruz Morta do Mundo”).

 

A este nível de significação "oculta" vem acolher-se um outro: o mito (sebastianista ou do Quinto Império) - Portugal tem de passar do Não Ser ao Ser.

 

Emblema dos Templários.

 

Joaquim Matias da Silva

 

(Bibliografia: Seabra, José Augusto, Fernando Pessoa ou O Poetadrama)

 

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© Joaquim Matias  2009

 

 

 

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