Apelidado também de " Infante de Sagres ", nasceu no Porto e era filho de D.
João I e de D. Filipa de Lencastre. Com a confiança do rei, seu pai, organizou a
frota, entretanto concentrada no Porto, para a expedição a Ceuta.
O Infante D.
Henrique: Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa.
Após a conquista desta
cidade (1415), foi armado cavaleiro por seu pai
e, tornou-se duque de Viseu e senhor da Covilhã.
Em 1416, foi designado para administrador da
Ordem de Cristo, na qual fez investidura em
1420, o que lhe permitiu ter à sua disposição os
meios financeiros para executar os seus planos
de expansão marítima.
A necessidade de defender a
costa meridional do país
desencadeou o processo de exploração dos
mares, levando à redescoberta de Porto
Santo e Madeira (1419) e do grupo oriental dos Açores
(1427).
Preocupado com o rigor nas artes de marear
e o relato das experiências, mandou vir os maiores peritos da época - mestres de
cartografia como Jafuda ou Jácome de Maiorca - que terá acolhido na mítica
Escola de Sagres.
A sua empresa foi bem sucedida e
cada vez mais progressos náuticos permitiram a
realização da sua vontade que se crê então
motivada por razões religiosas (espírito de
cruzada), políticas e económicas.
Simultaneamente, dedicou-se a reformas do ensino na Universidade de Lisboa,
introduzindo disciplinas como a matemática e a astronomia, e chegou a participar
na expedição fracassada a Tânger (1437) e na conquista de Alcácer Ceguer (1457).
Partidário de D. Pedro na crise de
sucessão que culminaria em Alfarrobeira (1449), adoptou
uma posição passiva, respeitando a autoridade de D.
Afonso V.
Gravura
a ponteado e a água-forte, de João Cardini,
1806.
Mantendo uma estreita ligação à universidade, os seus interesses fundamentais
concentravam-se nas conquistas de além-mar, pelo que fixou residência no
Algarve, em Lagos ou em Sagres. Cumulou as funções de organizador das expedições
marítimas, colonizador das ilhas da Madeira e dos Açores, e a manutenção de
relações comerciais, políticas e missionárias com o território africano
recém-descoberto. Assegurou ainda o governo e a administração da Ordem de Cristo
e a defesa dos interesses do reino junto do papa e do rei de Castela.
De personalidade determinada, e guiado pelo espírito de cruzada, lançou a
aventura dos descobrimentos portugueses, que viria a alargar, posteriormente, os
horizontes de muitos países, para além de Portugal.
(in História Universal de Portugal, Texto Editora)