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Luís de Camões -  Poesia lírica

 

- Medida nova, o que é? -

 

A medida nova engloba as composições que se inserem na corrente renascentista, como sonetos, canções, odes, éclogas, elegias, tercetos e sextinas, onde o verso predominante é o decassilábico. O tema fundamental dos poemas da medida nova radica nos desconcertos observados no amor, na ordem social e na felicidade pessoal. Por isso, as linhas temáticas camonianas mais frequentes são o amor, a mulher, a Natureza (a apreendida e a sentida), a saudade, o tempo e a mudança, o destino monstruoso e culpado e o desconcerto do mundo.

 

Relativamente ao amor, por exemplo, Camões canta o amor petrarquista, idealizado, espiritual, mas também o amor carnal. Outras caraterísticas deste tipo de poesias são:

- maior profundidade de sentimentos expressos que passam a refletir estados de alma contraditórios;

- valorização da vida terrena;

- exaltação da dignidade do homem, confiando-se no poder da razão;

- introdução da mitologia;

- apresentação da Natureza como modelo para a vida e a expressar o mundo interior do sujeito poético;

 

 

- estilo mais harmónico e elegante;

- a perfeição formal maior. 

 

SONETO

 

O soneto é uma forma poética fixa, de origem italiana (o dolce stil nuovo), introduzida em Portugal no século XVI por Sá de Miranda. Pertence ao género lírico e apresenta uma estrutura (externa) rígida: tem catorze versos, geralmente decassilábicos, dispostos em duas quadras e dois tercetos.

No que respeita à organização lógica (estrutura interna), costuma apresentar-se em quatro partes: tese (proposição ou tema apresentado por alguém que será defendido se for objeto de contraposição), desenvolvimento da tese, confirmação da tese e conclusão ou chave de ouro.

Quanto à estrutura rimática, também obedece a certas regras, sendo os esquemas mais frequentes os a seguir apresentados: ABBA / ABBA/ CDC / DCD e ABBA / ABBA/ CDE / CDE.

 

 

CANÇÃO

 

A canção é uma composição com um pensamento uno, por vezes repetido em cada estrofe ou estância. É de influência petrarquista  ou clássica e composta por estrofes extensas, nas quais o Poeta desenvolve um tema de índole intimista, geralmente amorosa. Essas estrofes longas são preenchidas pelo mesmo número de versos (decassílabos combinados com hexassílabos) que mantêm regularmente um dado esquema rimático. A última estrofe da composição, também designada finda, é, porém, sempre mais curta, contendo uma invocação dirigida à própria canção.

 

BRAGANÇA, António (1981). Textos e comentários, c/ adaptações.
 

Publicado por

Joaquim Matias da Silva

 

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