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Sttau Monteiro
 

D. MIGUEL PEREIRA FORJAZ

 

Militar português, último conde da Feira, nasceu a 1 de Novembro de 1769, em Ponte de Lima, e faleceu a 6 de Novembro de 1827.

 

Alistou-se na vida militar em 1785, como cadete no Regimento de Peniche, onde encontrou muitos membros da sua família. Promovido a alferes em 1787, serviu no estado-maior do conde de Oeynhausen, inspector-geral da Infantaria, estando com ele no campo da Porcalhota em 1790, a capitão em 1791 e a Sargento-Mor em 1793, tornou-se ajudante de ordens do general Forbes, combatendo no Rossilhão e na Catalunha. Em 1800, foi nomeado governador e capitão-general do Pará, Brasil, para onde não chegou a partir. Em 1802 a quartel-mestre-general (chefe de estado maior) do general Forbes.

 

Em 1808 foi promovido a marechal de campo e em 1812 a tenente-general.

Quando Junot assumiu o governo do país, retirou-se para a província. Estava em Coimbra quando começou a revolta contra a ocupação francesa e dirigiu-se para o Porto, onde começou a reorganizar o exército, sob as ordens do seu primo Bernardim Freire de Andrade.

Acompanhou-o como ajudante-general do exército do Norte na sua marcha do Porto para Lisboa, tendo sido nomeado, depois da convenção de Sintra, secretário de Estado da Marinha e do Ultramar, sendo encarregado da pasta dos Negócios da Guerra e Estrangeiros e nomeado ministro do Reino (tudo entre 1807-1810).

 

Revelou-se eficiente colaborador de Beresford na reorganização das forças armadas portuguesas, tendo sido muito valioso o seu contributo para o êxito das campanhas peninsulares, muito embora tivesse vindo a assumir posições cada vez mais críticas sobre a influência do general britânico.

 

Em 1815 opôs-se, com êxito, ao envio de uma divisão portuguesa para os Países-Baixos para combater Napoleão Bonaparte, no período dos Cem Dias.

 

Após a revolução liberal de 1820, afastou-se do serviço público, abandonando o seu lugar na Regência, facto que não o impediu de ser elevado a par do reino em 1826. Por concessão de D. João VI, recebeu o título de conde da Feira, por ocasião da outorga da Carta Constitucional por D. Pedro IV.

 

Luís de Sttau Monteiro fez de D. Miguel Forjaz uma personagem na sua peça de teatro Felizmente Há Luar!. Primo de Gomes Freire, é um governante prepotente, assustado com as transformações que não deseja, corrompido pelo poder, vingativo, frio, desumano, calculista. Inteiramente dedicado aos seus ideais, D. Miguel assume como missão o combate por um modelo de sociedade à luz dos valores do patriotismo e da noção de Estado, assente nos pilares tradicionais da monarquia absolutista, da defesa de uma sociedade estratificada, com papéis sociais distintos, da recusa de uma sociedade regida por princípios como liberdade e igualdade, da concepção de um poder político autocrático.

 

Representante da Nobreza na Regência, assumiu o papel principal na acusação do General Gomes Freire, pois receava que o prestígio, inteligência e capacidade do primo lhe retirassem a projecção a que estava habituado e colocassem em causa o seu lugar na Regência.

Joaquim Matias da Silva

 

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